ÍNDICE
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(As lições e os temas
cultuais relativos ao assunto das lições)
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Texto bíblico João 15; I João 4 Texto
áureo João 15.12
DIA A DIA COM A BÍBLIA
Segunda – João 15.9-11
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Sexta – Salmo 139. I João 4.9-11
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Terça – João 15.12-16
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Sábado – I João 4.12-16
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Quarta – João 15.17-19
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Domingo - I João 4.17-21
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Quinta – 1 João 4.7,8
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No estudo anterior, estudamos sobre
a santidade de Deus. Devido à perfeição da sua natureza santa, há um distanciamento
de tudo cuja natureza seja impura. Assim, concluímos que há um distanciamento
entre a natureza de Deus e a natureza do ser humano. A pergunta básica é: o que
faz a intermediação para a aproximação do Deus
santo com homens e mulheres
pecadores, impuros e, com isto, afastados da presença de Deus? A resposta é
simples, profunda e eternamente maravilhosa. O que cobre o abismo entre o Deus
santo e o homem pecador é o
amor do Senhor. Deus é amor,
perfeitamente amor. Este é o assunto do presente estudo.
DEUS
E AMOR
Os textos bíblicos indicados nos
remetem primeiramente à necessidade de caracterizar Deus como sendo amor. Para
ficar mais fácil o entendimento, vamos nos ater a alguns momentos da história de
vida do profeta Oséias, conhecido como o profeta do amor incondicional.
Resumindo, relembremos que ele se
casou com uma mulher com inclinações para a prostituição, a qual, em
determinado momento, deixou a família e foi viver com os amantes, traindo o
voto de fidelidade matrimonial. Oséias poderia legalmente divorciar-se de Gômer,
entretanto procurou o caminho da reconciliação. Ele lutou pela restauração de
sua família, tendo como base um amor incondicional que, por fim, prevaleceu
(Oséias 1-3). Seu amor fez com que uma esposa aviltada pelos seus próprios
pecados fosse restaurada.
A história deste profeta nos dá
alguns referenciais sobre o amor divino nas páginas do Antigo Testamento.
Destaco dois aspectos importantes. O primeiro deles é o amor como autodoação.
Vemos de modo mais específico o amor de Deus na relação com o povo eleito.
Basta lermos um pouco da história de Israel e depararemos com Deus se
autodoando àquele povo que elege
como seu.
Quando João fala do amor divino,
dá destaque a este aspecto de doação de si. Leia agora João 15.13; I João 4.9,13,14.
Certamente, João tinha em mente momentos específicos da história do seu povo na
relação com Deus. João sabia que Deus sempre desejou se doar a Israel, tendo em
mente a felicidade nacional e o cumprimento da missão messiânica.
Um segundo característico é o
amor como iniciativa. João fala que “nisto está o amor, não em que nós tenhamos
amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho para
propiciação pelos nossos pecados.” (I João 4.10). Isto mostra a iniciativa divina
em nos amar independentemente de o amarmos primeiro. Quem tomou a iniciativa de
chamar Abrão e fazer-lhe uma promessa? Quem tomou a iniciativa de renovar a
promessa a Isaque e Jacó? Quem tomou a iniciativa de retirar os filhos de
Israel da opressão egípcia? Quem sempre tomou a iniciativa de perdoar os muitos
pecados de Israel ao longo de sua história? Quem tomou a iniciativa de libertar
os judeus do cativeiro na Babilônia? Enfim, “iniciativa” é uma das características
áureas do amor divino. No Novo Testamento vemos a mesma coisa. Em João 3.16
lemos sobre a doação divina do seu unigênito Filho como iniciativa para a nossa
salvação. Assim, João releva, de modo categórico, o amor como iniciativa ao
declarar que “nós o amamos porque ele nos amou primeiro” (1 Jo 4.19).
CONHECENDO
O DEUS QUE É AMOR
Oséias, como vimos, encarna o
espírito do Deus que é amor. O profeta sofre com o seu drama familiar, entretanto
não abre mão do seu amor. Impulsionado pela nobreza desse sentimento, ele vence
a vergonha, vai além do que é legal (o direito ao divórcio), pois o amor lhe dá
certeza da vitória final.
O amor de Deus é conhecido por
meio dos seus atos demonstráveis. Sem entrar em pormenores, uma palavra hebraica
que recebe várias traduções (hesed) é uma das mais fortes expressões do amor divino.
E o amor fiel, persistente, benigno, gracioso. Consideremos que o amor divino é
um só, mas tem várias facetas. Esta que estamos tratando aponta para o amor
persistente de Deus para com Israel, formalizado na aliança feita no Sinai no
tempo de Moisés, pouco depois da libertação da opressão egípcia. O amor fiel e
persistente de Oséias mantendo-se firme em seus propósitos, a despeito da
traição de sua esposa, representa o amor fiel e permanente do Senhor por
Israel, apesar de todos os erros cometidos por este. Este amor é algo que surpreende,
que atrai e que restaura, conforme afirma o profeta Jeremias: “o Senhor me
apareceu, dizendo: Porquanto com amor eterno te amei, por isso com benignidade
te atraí” (31.3).
Duas outras palavras são aqui
destacáveis. Primeiro, o conceito de que Deus é amor é obtido da história da
relação de Deus com Israel. Em segundo lugar, amor não é uma das
características de Deus que se descreve mas, ao contrário, é sua atividade
vista em manifestações concretas e inequívocas de sua boa, perfeita e agradável
vontade.
O amor de Deus pode ser conhecido.
Ele é disponível para todos. A exigência reside na obediência aos seus mandamentos.
Israel deveria voluntária e prazerosamente obedecer ao Senhor. Assim, o amor divino
seria experimentalmente conhecido: “Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único
SENHOR. Amarás, pois, o SENHOR teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua
alma, e de todas as tuas forças” (Dt. 6.4,5).
COMUNHÃO
POR M EIO DO AMOR
Todos os empreendimentos da vida,
para serem implementados, precisam de um grande impulso motivacional.
Não é diferente na vida cristã.
Vimos, nos tópicos anteriores, fatores motivacionais na ação histórica de Deus
resumidos nas atitudes de autodoação e iniciativa. João afirma que “qualquer
que ama é nascido de Deus e conhece a Deus” (U o 4.7). Isto significa que, se
de fato somos novas criaturas, o amor divino agora faz parte da nossa natureza
tal qual faz parte da natureza do Deus que é amor. Isto demonstra o primeiro
nível da nossa comunhão, qual seja a nossa natureza modificada passa a se
identificar com a natureza daquele que nos amou primeiro. Tal identificação é algo
crescente e faz com que reflitamos as suas atitudes neste mundo. Somos
representantes vivos do amor de Deus pelas pessoas: “Nisto é perfeito o amor
para conosco, para que no dia do juízo tenhamos confiança; porque, qual ele é,
somos nós também neste mundo” (l Jo 4.17).
Como consequência do amor a Deus
vem o amor na relação interpessoal. É impossível amarmos a Deus e não amarmos
ao próximo, visto que “aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é
amor” (1 Jo 4.8). João continua a afirmar que a prática do amor é demonstrativo
claro de que Deus está em nós ( 1 Jo
4.12. Ver também o versículo 16). Da mesma forma como Jesus viveu neste mundo
sendo obediente ao amor do Pai, guardando os
seus mandamentos e sendo vitorioso em todas as coisas, o mesmo se dará
com os discípulos, caso sigam as pisadas do Mestre do amor (Jo 15.9-15).
CONCLUSÃO
Em muitos momentos, nos nossos cultos
pessoais, familiares ou como igrejas, cantamos que o adorno desta vida é o
amor. Temos ressaltado, em outras lições, características do nosso tempo. Ao escrever esta lição, tenho em mente várias
igrejas fazendo acusações aos seus líderes, líderes que buscam glórias pessoais
ao contrário de buscarem a glória de Deus, disputas entre membros de igrejas e
tantas outras atitudes que são atentados contra o Deus, que é amor, e o amor
divino demonstrado. Lembremos, enquanto temos tempo, que Deus é amor e que seu
amor é disponível tendo em si o único poder restaurador e curador de qualquer
ferida, sem deixar sequelas. Ao término deste estudo, digamos: “Amados,
amemo-nos uns aos outros; porque o amor é de Deus”, e deixe que ele complete em
você e em sua igreja a obra que ele mesmo começou.