Lição 5... DEUS É SANTO

Texto bíblico Levítico 11; Salmos 77 e 78 Texto áureo Levítico 11.44,45

DIA A DIA COM A BÍBLIA
Segunda – Salmo 139.1-3
Sexta – Salmo 139.13-16
Terça – Salmo 139.4-6
Sábado - Salmo 139.17-22
Quarta – Salmo 139.7-10
Domingo - Salmo 139.23,24
Quinta – Salmo 139.11,12


Considero o tema Deus santo como um dos mais fascinantes da Bíblia. Hoje nos ocuparemos dele, objetivando o
seu entendimento e a sua aplicação para a igreja que vive os desafios dos dias atuais. O que os hebreus expressavam
ao atribuírem a Deus o conceito de santidade? Que efeito causava isto na vida do povo eleito? O que fazer hoje diante do apelo à santidade? Leia os textos bíblicos básicos para esta lição, os quais remeterão a outros textos bíblicos também de muita importância na abordagem do nosso assunto.

SANTIDADE: CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
Os textos bíblicos fundamentais para este estudo apresentam uma visão que aponta para a santidade de Deus como referencial de conduta a ser seguido. Em síntese, Levítico 11 descreve o cuidado que se deve ter com o corpo pela ingestão de alimentos puros. Os animais limpos ou puros, segundo a classificação levítica, eram separados para o bem, isto é, serviam como alimento e como oferenda a Deus, ao passo que os animais impuros eram separados negativamente, ou seja, eram rejeitados, eram um tipo de anátema, ou consagrados para a destruição. A classificação em puro e impuro não era meramente uma separação formal. Mais do que isto, tinha uma representação espiritual e moral, pois os animais puros representavam ou simbolizavam a vida do ofertante israelita. Observe que os versículos finais de Levítico 11 (v. 43-47) relacionam tudo o que foi antes estipulado com a natureza santa de Deus. A obediência às regras morais e cerimoniais de santidade, em seu sentido amplo, habilitava o povo à comunhão com o Deus santo.
Se Levítico 11 destaca a santidade, tendo ressaltado os cuidados físicos, o Salino 78 fala do interior, isto é, fala da
alma. Destaca a disposição interior para a obediência ou desobediência, segundo exemplos da história de Israel, sumariada no referido salmo. Obediência e desobediência são disposições interiores que, obviamente, tanto podem agradar como podem ferir a santidade de Deus. Os versículos 40 e 41 declaram que a desobediência voluntária é um atentado contra o Deus santo.
Já no Salmo 77 ressalta a angústia espiritual do ser humano. Retrata a vivência de uma espécie de crise espiritual
e existencial de angústia. Entretanto, há uma progressão maravilhosa neste Salmo, progressão esta que vai da angústia ou desespero à certeza da fé. O trajeto é sublinhado pela visão da santidade de Deus (v. 13) que ensina ao homem que a vida santificada é fundamental para que se possa empreender uma caminhada vitoriosa.

DEUS É PERFEITAMENTE SANTO
Das considerações feitas acima, concluímos que o conceito de santidade era fundamental para o povo de Israel cm todos os níveis de vida, conceito este que passou às páginas do Novo Testamento. Concluímos também que o padrão estabelecido para a santidade era o ser Divino.
Quando se conceitua santidade divina como “separação”, precisa-se ter em mente pelo menos duas perguntas: (1) Separado de quê? (2) Separado para quê?
Alguns princípios estão presentes no conceito de santidade. Por exemplo, o que é santo sempre deve ser tomado como inviolável Isto atrai um outro princípio que era o do estabelecimento de limites tanto para o santificado quanto para qualquer pessoa que dele se aproximasse. Exemplo disso é que o que é considerado santo não somente se distingue do que é imundo, mas se opõe tenazmente a ele. Acrescentamos também que, neste contexto, não estamos nos referindo somente a pessoas; incluímos também objetos e lugares que também tinham o sinal temporário ou permanente de santidade.
Cremos que já é possível se chegar pelo menos a uma conclusão: santidade fala de natureza, de essência, de caráter. O Deus de Israel é santo. Samuel registra que: “Não há santo como é o Senhor; porque não há outro fora de ti” (1 Sm. 2.2). Estes e outros textos demonstram que, quando o hebreu falava do Deus santo, expressava algo mais do que um atributo. Acreditamos firmemente que a Bíblia fala da essência de Deus ou, indo mais além, cremos que fala da natureza divina. Talvez a santidade divina seja um atributo por excelência, muito embora defendemos que ela aponta para a própria constituição divina, de onde procedem todos os outros atributos. Santidade, quando aplicada a Deus, aponta para a perfeição do seu caráter, para a perfeição e inviolabilidade de sua pessoa. Por ser santo em sua natureza, Deus é separado naturalmente de tudo aquilo que é impuro. Tudo o que é profano, impuro ou imundo não combina com a sua natureza. Aproximar-se dele com atitudes ou coisas não santificadas é um atentado contra a sua santidade. Para se relacionar com ele, o ser humano precisa ser santo, e como a sua natureza é maculada pelo pecado, Deus lhe impõe regras e limites para que possa travar um relacionamento íntimo.

UM CHAMADO À SANTIDADE
O salmista apresenta um questionamento: “Quem subirá ao monte do Senhor, ou quem estará no seu lugar santo?” (SI 24.3). Mantendo o mesmo sentido, o Salmo 15.1 apresenta a mesma preocupação. Em Hebreus temos uma afirmativa contundente: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb. 12.14). Levítico repetidamente apela a uma vida padronizada na santidade divina ao dizer “Sede santos como o Senhor vosso Deus é santo” (Lv 19.2). Entendemos haver na Bíblia um chamado à santidade que vai além de uma exigência simplesmente formal. Em Hebreus 12.14 vemos que o chamado à santidade extrapola ao formal e vai ao vital. Só pode ver Deus quem permite que ele exerça em sua vida uma ação santificadora.
Jesus, em sua passagem por este mundo, provou-nos ser possível uma vida centrada na santidade divina. Ele, Jesus, foi tentado em tudo e não cometeu uma falha sequer (Hb. 4.15). Assim, ele pode socorrer àqueles que falham em sua jornada santa (Hb. 2.17,18).
Leia os salmos acima citados e haverá de concluir que, em suma, eles falam de santidade em seu sentido completo, ou seja, partindo do interior para o exterior. Isto significa que tanto no Antigo quanto no Novo Testamento há, pelo menos, duas atitudes que são vitais para uma vida santa: obediência e auto- apresentação. O processo de santificação não é uma simples conformação a regras estabelecidas previamente. A essência desta doutrina e da sua praticidade foi descrita por Paulo, segundo lemos em Romanos 12.1,2.
Todo aquele que aceita o chamamen­to vital à santidade deve apresentar-se a Deus, não se conformar a este mundo e permitir a ação renovadora de sua mente feita pelo Espírito Santo. Isto exige uma leitura obediente da Palavra de Deus, assumir os compromissos com ele e ser abençoado com o cumprimento das promessas do Deus santo e fiel àquilo que promete. Realmente somos chamados à santidade, pois só pode estar diante de Deus, que é santo, aquele que foi santificado segundo os olhos do Deus santo.

CONCLUSÃO
Sem dúvida vivemos num tempo de confusão. Um tempo em que pessoas inventam padrões de santidade sem que Deus esteja presente, criando um cristianismo maculado pelas invencionices humanas.
Caso você deseje ter uma vida santa, seja obediente à pura Palavra de Deus e ore apresentando-se a ele. As coisas começarão a mudar se houver sinceridade em seu coração, pois é impossível apresentar-se a Deus com sinceridade e ele não atender. Quando vo­cê começar a ter desprazer com o pecado, sentir-se insatisfeito com o ní­vel de vida espiritual que tem levado, quando começar a sentir mais sede de Deus e maior vontade de servi-lo e cul­tuá-lo, saiba que Deus está santificando a sua vida. O Deus de Israel, o Deus que veio a nós, em Jesus, é santo e deseja ardentemente santificar nossa vi­da. Amém.