ÍNDICE
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(As lições e os temas
cultuais relativos ao assunto das lições)
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Texto
bíblico 2 Samuel 22 Texto áureo 2 Samuel 22.31
DIA
A DIA COM A BÍBLIA
Segunda – 2 Samuel 22.1-6
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Sexta – 2 Samuel 22.28-33
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Terça – 2 Samuel 22.7-14
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Sábado - 2 Samuel 22.34-43
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Quarta – 2 Samuel 22.15-20
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Domingo - 2 Samuel 22.44-51
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Quinta – 2 Samuel 22.21-27
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O Deus único, eterno e criador é
também onipotente. Algumas perguntas preliminares são necessárias. Como Israel
conceituou a onipotência divina? O que isto significou para a fé israelita e o
que significa para nós?
Os seres tanto racionais como
irracionais são atraídos e lutam pelo poder. Há um fascínio na ideia de poder.
Afirma-se por aí que o “poder corrompe”. Acrescentamos que possivelmente “o
poder absoluto corrompe absolutamente” .
Desde o início da história, tanto
na visão bíblica quanto na visão secular,a luta pelo poder sempre esteve presente
e ditando as normas de conduta das pessoas em quase todas as instâncias da
sociedade. Como Israel entendeu e depositou fé na onipotência divina? Diante do
fascínio e da força sedutora do poder, como devemos agir como filhos de Deus?
A
ONIPOTÊNCIA DIVINA
Nesta primeira parte, queremos
nos deter brevemente na origem do conceito de onipotência de Deus.
Considere-se, em primeiro lugar, que os conceitos que Israel nutria sobre Deus
eram resultantes de muita observação e reflexão, e geralmente estavam
associados com a visão concreta do mundo.-Quanto a este último aspecto,
lembremo-nos que não havia espaço para abstrações naquela época. Os conceitos
brotavam de observações e profundas reflexões sobre fatos e manifestações
concretas de Deus. Daí alto nível de tangibilidade na visão sobre Deus que se
desenvolveu na história da religião dos hebreus.
Relembremos também que Israel não
vivia alienado do mundo. Ele intercambiava com outros povos. Conceitos que já
existiam, muitas vezes, há séculos, foram absorvidos por Israel e, mediante a
fé reflexiva, ganharam novos e singulares contornos. Este é o caso da
onipotência divina.
Quando os patriarcas (Abraão,
Isaque e Jacó) peregrinaram na terra de Canaã, tiveram contatos com a
religiosidade dos povos que ali habitavam. Observaram que em suas adorações
havia uma multiplicidade de deuses, com poderes escalonados, e no pico de
organização encontrava-se um deus conhecido como “el”. Este era soberano em
relação aos outros deuses. Entretanto, como resultado de sua observação, os
patriarcas concluíram que aquele deus nunca se manifestara como o Ser divino
que a eles, os patriarcas, mostrara poder. Daí atribuíram ao Deus que lhes
aparecera e falara de modo audível o poder suposto no nome da divindade maior
dos cananeus.
Observe que eles não copiaram um
modelo de culto ou assumiram o deus cananeu como deles. Da mesma forma que,
séculos mais tarde, Paulo, ao chegar em Atenas, deparando com um altar dedicado
ao “deus desconhecido”, proclamou o Deus verdadeiro, os patriarcas assumiram
que o verdadeiro “el” era aquele com quem eles se relacionavam pessoalmente.
Ao nome “el” acrescentaram outras
expressões (epítetos), das quais destacamos “Shaddai”, que significa
“Todo-Poderoso”. Assim, o título El-Shaddai veio a significar o Deus
Todo-Poderoso. O mesmo aconteceu com o termo Yahweh (Senhor - EU SOU), o qual
já era conheci
do entre outros povos, mas que,
para Israel, a partir da revelação no Sinai, passou a ter um singular
significado, englobando, inclusive, o sentido de El-Shaddai (ler Êxodo 6.1-8).
Nestes breves exemplos, vemos o
início de uma fé na onipotência divina, a qual se desenvolveu, alcançando patamares
elevados de sublimidade.
O
DEUS ONIPOTENTE
A fé no Deus onipotente também se
desenvolveu como resultado de observações e reflexões sobre a pessoa de Deus
propriamente dita e teve consequências fenomenais para Israel. Por
exemplo, enquanto os deuses das
outras nações lutavam entre si para se manterem no poder, de acordo com relatos
descobertos por arqueólogos, o Deus de Israel não tem concorrente.
Todo o poder está reunido nele.
Diz o salmista: “Porque o Senhor é Deus grande, e Rei grande acima de todos os
deuses” (SI 95.3). Em seu culto, Israel celebrava a onipotência do seu Deus,
declarando que “todos os deuses dos povos são coisas vãs; mas Senhor fez os
céus” (SI 96.5). A soberania de Deus, seu poder, que vai além das fronteiras de
Israel, também era celebrado no culto: “Pois tu, Senhor, és o Altíssimo em toda
a terra; muito mais elevado que todos os deuses” (SI 97.9).
Algumas outras conclusões podemos
agora mencionar como decorrência da fé no Deus Onipotente. Primeiro, o fato de
ser o Todo-Poderoso dá-lhe o direito de exercer a sua vontade com total
liberdade. Isto significa dizer que Deus em si mesmo decide e faz o que decide.
Ele é totalmente livre de limitações que poderiam impedi-lo de exercer o seu
querer. Junto a isto, o senso de onipotência torna Deus independente de qualquer
outro poder existente ou que se acredita existir. Ele não luta por poder; ele é
o próprio poder. Mais ainda, seu poder é imensurável e por isso é infinito.
Nada foge às possibilidades do seu poder, pois para o Deus Todo-Poderoso não há
“impossíveis”. Quando Moisés apresentou a Israel o mandamento de não ter outros
deuses diante do Senhor (Ex 20.3), uma das várias conclusões é que diante da onipotência
singular do Deus que agia concretamente a favor,do seu povo, seria um ultraje,
ao seu poder, qualquer pessoa do seu povo assumir para si outro deus qualquer.
O que o povo de Deus deveria
fazer era se submeter à onipotência divina, pois dela dependia a sua
existência. Esse relacionamento existencial é que conduziria Israel a ir mais e
mais às profundezas do Todo-Poderoso.
ENTRE
VÓS NÃO SERÁ ASSIM
Não é apenas no Antigo Testamento
que se fala do Deus Todo-poderoso. Há textos no Novo Testamento que também invocam
c reconhecem este atributo divino (2Co 6.18; Ap. 1.8; e outros) e o aplicam a
Jesus. Por exemplo, os discípulos de Cristo ficaram pasmados, atemorizados e
maravilhados, quando a natureza que parecia indomável se acalmou diante da voz
de poder de Jesus (Mc 4.41; Mt. 8.27; Lc. 8.25).
O Novo Testamento revela Jesus como
a encarnação do Deus Todo-poderoso. Após a ressurreição, Jesus disse aos
discípulos que nele estava reunido todo o poder nos céus e na terra (Mt.
28.18). Em I Coríntios 1.24, Paulo classifica a Cristo como poder e sabedoria
de Deus.
Como os discípulos de Cristo deveriam
agir diante do Todo-poderoso? Esperava-se que fossem de todo submissos e que
lançassem mão do poder disponível (para todo aquele que crê). Entretanto, houve
momentos de oscilação neles como acontece também conosco. Num desses momentos
houve uma acirrada disputa entre eles devido ao fascínio do poder (Ler Mc
10.35-45; Lc. 22.24ss). Jesus, com a sabedoria profunda, acalma-lhes os ânimos
e faz uma observação que deve ser normativa também para nós: “Não será assim
entre vós, mas todo aquele que quiser entre vós fazer-se grande seja vosso
serviçal” (Mt. 20.26). Ao dizer “não será assim entre vós”, Jesus ensinou a
eles e ensina a nós que o verdadeiro servo não luta por poder. Ao contrário,
submete-se ao Todo-poderoso, e quanto mais se submete, mais poder recebe. O
povo do Todo-poderoso Deus precisa ser diferente, ou melhor, sempre será
diferente.
CONCLUSÃO
A singularidade do Todo-Poderoso
deveria ser relevante para a igreja. Num tempo em que igrejas, denominações e
outros ramos do cristianismo se dividem devido à luta por posição e poder, num
tempo onde há uma indústria crescente de “mal-estar” para justificar
individualismos e isolacionismos religiosos, num tempo como este, os cristãos
de verdade, ou seja, aqueles que não se deixaram envenenar pela sedução do
poder, devem orar incessantemente, a fim de que os homens se abram para o poder
que satisfaz a alma, aquele poder que emana do Deus que é onipotente. Amém.