ÍNDICE
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(As lições e os temas
cultuais relativos ao assunto das lições)
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Texto
bíblico Salmo 104. 5 Texto áureo Salmo 104.35
DIA
A DIA COM A BÍBLIA
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Segunda - Salmo 104.1-5
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Sexta - Salmo 104.21-24
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Terça - Salmo 104.6-11
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Sábado - Salmo 104.25-30
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Quarta- Salmo 104.12-15
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Domingo - Salmo 104.31
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Quinta - Salmo 104.16-20
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O Deus vivo, único e eterno é o
Deus criador. Que significado tinha isso para os hebreus, e por que é importante
estudarmos ou reestudarmos este tema?
O debate entre criacionismo e
evolucionismo está longe de terminar nas escolas e em outros meios acadêmicos.
Há algum meio para conciliá-los
ou não? Ciência natural e fé podem dialogar, ou a tendência do nosso tempo para
o secularismo será mais um obstáculo para o diálogo entre estas duas áreas do
saber?
Do ponto de vista bíblico, que ideias
e sentimentos decorrem da visão do Deus criador? Os questionamentos são muitos
e profundos. Objetivamos neste estudo afirmar a teologia bíblica do Deus
Criador, de modo a fundamentar a nossa fé, provendo as bases, inclusive para um
diálogo com outras ciências.
O
DEUS DE ISRAEL É O DEUS CRIADOR
Estudiosos do Antigo Testamento afirmam
que do primeiro encontro dos filhos de Israel com Deus depreendeu-se o conceito
do “Deus salvador”. Isto significa dizer que, antes de conceituá-lo como
criador, Deus era tido como Salvador, o qual com braço estendido e mão forte
tirou o seu povo do Egito levando-o à Terra Prometida. Penso que isto é uma
questão de ênfase. Inferencialmente pode-se pensar que, durante o tempo em que
esteve no Egito, os descendentes de Jacó tiveram contatos com relatos de
diversos povos sobre a criação. Seria natural que os filhos de Israel
atribuíssem a criação ao Deus dos pais. Moisés, que cresceu na corte egípcia,
depois do seu chamamento, por certo considerou o Deus que o comissionou como
criador.
A ênfase primeira recai sobre o
Deus salvador devido aos seus atos no livramento e condução de Israel. Quando
falamos em ênfase, afirmamos que os conceitos de Deus criador e salvador não
eram excludentes ou totalmente separados.
Tomando como ponto de partida o
fato de Moisés ter sido o escritor do Pentateuco, por que gastou tão pouco
espaço para falar em Deus como criador (Gn.1 e 2), usando a maior parte para
falar de Deus como salvador? Mais uma vez reafirmamos que a questão recai sobre
a ênfase. A salvação era o assunto do momento, por assim dizer. Moisés sabia
que Israel não desconhecia a criação como ato divino, mas conhecer Deus como
salvador era um fato novo e que merecia maior ênfase. Também precisamos
considerar a lógica dos conceitos: a salvação acontece dentro da história, e a
história teve o seu começo através de um ato criador. Portanto, era lógico que
Israel, que não era alienado no mundo, passasse a conhecer a face salvadora do
Deus criador. Ou seja, a criação engloba a salvação e ambas vêm de um único
Deus. Acrescentamos aqui um dado que julgamos ser importante.
Houve uma época em que os dois
atributos (criador e salvador) receberam a mesma ênfase por razões contextuais.
Isto é visto a partir de Isaías 40, onde o atributo criador (recriar um novo
Israel) é evocado para justificar a saída de Israel do cativeiro na Babilônia e
para reconduzi-lo aos caminhos do plano da salvação.
RECONHECENDO
O DEUS CRIADOR (SI 104.1-10)
O Salmo 104 é um cântico de
adoração ao Deus criador. Sua primeira parte (v. 1-10) nos remete a relatos da
criação, principalmente aos de Gênesis 1 e 2. Todo o Salmo reflete a ideia de
Deus como sujeito da criação. Assim, não nos ocuparemos aqui com a criação, mas
com o Criador adorado neste grande Salmo.
Ligando este a outros relatos, o
que podemos concluir? O versículo 7 faz alusão direta ao poder da “palavra” de
Deus: “à tua repreensão fugiram, à voz do teu trovão se apressaram”. O
primordial para Israel era a pessoa de Deus como sujeito ativo da criação e a
sua palavra como tendo grande poder e que agenciou e ordenou todas as coisas.
Gênesis 1 faz várias menções à expressão “e disse Deus” (v. 3,6,9 etc.). O
Salmo 148.5 fala do poder da palavra criadora de Deus: “Louvem o nome do
Senhor, pois mandou, e logo foram criados”.
À criação pela “palavra” soma-se
também a criação pelo “fazer”, ou seja, Deus não somente ordena e as coisas
acontecem; ele põe “mãos à massa”. Em Gênesis 1.26 lemos: “façamos o homem à
nossa imagem, conforme a nossa semelhança”. Isto significava muito para a fé em
Israel. Seu Deus não é um Deus alienado, distante, um Deus que somente dá
ordens à distância. Ele está envolvido com o processo criador.
Ele manda e faz. Um outro fato
que merece relevância na fé bíblica é a criação como produto da vontade de
Deus. “Digno és, Senhor, de receber glória,e honra, e poder; porque tu criaste
todas as coisas, e por tua vontade são foram criadas” (Ap. 4.11).
Portanto, ao louvar o Deus
criador reconhece-se o poder da sua palavra bem como a perfeição da sua
vontade.Quanto a este último aspecto, veja o que diz Gênesis 1.3a: “E viu Deus
tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom”. A criação é produto da vontade
de Deus. Se tudo o que Deus fez era muito bom, depreende-se que sua vontade é
sempre boa; ela é boa, agradável e perfeita. Isto precisa ser obedecido e louvado
pela igreja.
EVIDÊNCIAS DA FÉ NO DEUS CRIADOR
(SI 104.11-35)
Além das demonstrações de fé acima
mencionadas, Israel, ao se dirigir a Deus como criador, evidenciava outros elementos
de fé que lançaram as bases sólidas para a sua existência histórica, bem como
para o cristianismo. Citamos, a seguir, algumas destas evidências: 1) Deus usa,
conforme seu desejo, a natureza que ele mesmo criou (v.3,4). 2) Existe um
elemento de perfeição na criação, e nada pode ultrapassar os limites
estabelecidos pelo Criador (v. 2,3,5,8,9). 3) Ele ama a todas as criaturas e
cuida de todas elas (v. 10-13, 16-18, 25-30), faz provisão para o ser humano
feito à sua imagem e semelhança (v. 14,15,23). 4) Deus mesmo estabelece as
estações e o tempo (v. 19-23), os quais estão sob sua direção.
Além disso, a criação revela a
perfeita sabedoria de Deus (v. 24), e a sua superioridade sobre a ordem criada
(v.32). Isso conduziu Israel a acreditar num Deus que está acima da criação,
sendo independente da mesma. Entretanto, toda a criação, inclusive o ser humano
que é feitura de suas mãos, são dependentes dele, devendo estar submissos à sua
vontade.
O salmista tinha razões de sobra
para dizer “Bendize, ó minha alma, ao Senhor. Senhor, Deus meu, tu és magnificentíssimo,
estás vestido de glória e de majestade... A glória do Senhor seja para sempre!
Alegre-se o Senhor em suas obras!... Cantarei ao Senhor enquanto eu viver;
cantarei louvores ao meu Deus enquanto existir” (v. 1,31,33).
CONCLUSÃO
Em Gênesis 1.26, o verbo “fazer” está
na primeira pessoa do plural, o que significa que ali está o inicio da doutrina
da Trindade. Vimos, na lição anterior que Jesus estava presente na criação. Ele
representa, para nós cristãos, o Deus criador e re-criador. Ele nos tirou do
caos original, quando estávamos mortos em nossos pecados e nos re-criou para
uma nova vida. Seu Espírito pairou sobre nós, dando-nos forma e conteúdo.
Pensando na sublimidade da revelação
de Deus por meio de Cristo, Paulo, inspirado pelo Espírito, declara: “Dando graças
ao Pai que nos fez idôneos para participar da herança dos santos na luz; o qual
nos tirou da potestade das trevas, e nos transportou para o reino do Filho do
seu amor; em quem temos a redenção pelo seu sangue, a saber, a remissão dos
pecados; o qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação;
porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis
e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam
potestades: tudo foi criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as
coisas, e todas as coisas subsistem por ele” (Cl 1.12-17).