4.A Influência do Cristão


Texto Básico Mateus 5:13-16 
Texto Devocional 2Corintios 4:1-6 
Versículo-chave "Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus" (Mt 5:16). 
Objetivo da Lição Mostrar a grande necessidade do crente exercer sua influência no mundo, tentando evitar a deterioração da sociedade e, positivamente, brilhando como "testemunho fiel de Cristo. 
Leia a Bíblia diariamente 
Segunda: Cl 4:2-6 

Terça: Is 51:4-6 
Quarta: Jo 8:12-20 
Quinta: Is 42:1-9 
Sexta: Fp 2:12-18 
Sábado: 2Co 4:1-6 
Domingo: Mt 5:13-16


Hinos e Leituras do tema: Vida Cristã Guiada por Deus

A Influência do Cristão - Mn.Neilza Gonzaga


INTRODUÇÃO.

Já estudamos as bem-aventuranças que descrevem o caráter do cristão. Agora Jesus enfatiza a necessidade de o cristão exercer influencia para o bem no mundo ao seu redor. Que influência devemos exercer num mundo tão cheio de mal, corrupção e violência?

Para definir a natureza dessa influencia, Jesus usa duas figuras comuns do lar – sal e luz. Qual é o lar, por mais pobre que seja que não usa tanto o sal como a luz? Sal e luz são itens indispensáveis em qualquer lar.

VOCÊS SÃO O SAL DA TERRA (Mt 5,13).

I.              A função do sal – v. 13.

No mundo antigo, o sal era algo de muito valor. O sal tem, pelo menos, três características;

a)    Sal é tempero – que dá sabor à comida.

Essa é a característica mais conhecida. Já pensou comida sem sal? É tão insípido, como o próprio Jó reconheceu – “Come-se uma coisa insípida sem sal? Pode alguém saborear aquilo que não tem gosto algum?” Jó 6,6.

A influência do cristão no mundo deve ser como o sal para a comida - a presença do cristão dá um novo sabor ao ambiente no escritório, na faculdade, na fábrica, outros. Será que nossa presença tem essa influência positiva? Infelizmente, muitas pessoas consideram que o cristão tira o sabor da vida.

b)   Sal é preservador – evita a putrefação.

No mundo antigo a sal era o preservador mais comum. Antes da invenção da geladeira, o sal era usado para preservar a carne e o peixe do apodrecimento. Até hoje é usado na tão conhecida carne-de-sol do Nordeste.

Assim, se o cristão vai ser “o sal da terra”, deve ter uma influencia anti-séptica no mundo. A presença do cristão deve evitar o progresso do mal, derrotando a podridão ao seu redor.

É uma tragédia que a Igreja não tem exercido influencia maior para o bem no meio político, sindical e social, como o verdadeiro “sal da terra”.

“Os cristãos foram colocados por Deus numa sociedade secular para retardar esse processo de podridão. Deus pretende que penetremos no mundo. O sal cristão não tem nada de ficar aconchegado em elegantes e pequenas despensas eclesiásticas; nosso papel é o de sermos “esfregados” na comunidade secular, como o sal é esfregado na carne para impedir que apodreça” – Stott.

c)    Sal é ligado à pureza

Não há duvida que sua brancura brilhante fez essa ligação fácil. Os romanos diziam que o sal era a coisa mais pura de todas as coisas, porque veio das coisas mais puras, o sol e o mar.

Se o cristão vai ser o “sal da terra”, tem de ser um exemplo de pureza. Uma das características da sociedade em que vivemos é o rebaixamento dos padrões de pureza. Não há mais restrições na área moral – sexo antes do casamento é normal, e infidelidade no casamento é comum. Os filmes com senas de sexos explícitos na TV e no cinema, as piadas sujas na fábrica e no escritório são áreas nos quais o cristão tem deve ser mais corajoso na condenação do mal. “as vezes, os padrões de uma comunidade afrouxam-se por falta de um explicito protesto cristão” – Stott.

O cristão não pode se retirar do mundo, mas deve “conservar-se puro da corrupção deste mundo” – Tg 1,27. E isso não é nada fácil. O cristão é “chamado a ser um purificador moral, em um mundo, onde os padrões morais são baixos, instáveis, ou mesmo inexistentes” (Tasker).

II.            A eficácia do sal – v. 13.

A eficácia do sal é condicional. Para continuar a ser útil, o sal tem de conservar a sua salinidade. É um fato que o sal não pode perder sua qualidade salinidade. Stott explica que “o cloreto de sódio é um produto químico muito estável, resistente a quase todos os ataques. Mas provavelmente Jesus está alertando seus discípulos de que o sal pode se tornar adulterado por impurezas e, quando isso acontece, “para nada mais presta”. A mesma coisa pode acontecer aos discípulos. A salinidade do cristão vem do seu caráter descrito nos oitos bem-aventuranças; se não servem ao Senhor pelas suas boas obras, se tornarão inúteis e serão rejeitados. O problema, muitas vezes, é que o crente se deixa contaminar pelas impurezas do mundo, e, por isso, perde a sua capacidade de influenciar.

a)    É irrecuperável – “como lhe restaurar o sabor?”. Não há remédio para o sal sem a sua salinidade,
b)   É inútil – “para nada mais presta”
c)    É condenado à destruição – “Lançado fora, ser pisado pelos homens”

Não há duvida a respeito da verdade que Jesus está ensinando. Se não estamos sendo úteis, então seremos jogados fora. Inutilidade sempre traz desastre. E não se esqueça! O cristão é sal, e ano açúcar!




VOCÊS SÃO A LUZ DO MUNDO (Mt 5,14-16).

Luz é uma figura muito importante nas Escrituras. ”Deus é luz” – 1Jo 1,5. Isaias 9,2 fala da vinda de Jesus – “O povo que andava em trevas viu uma grande luz”. A missão de Israel era ser “luz para os gentios” (Is 42,6; 51,4-5). Paulo nos lembra que “para os incrédulos, cujas inteligências o deus deste mundo obcecou a tal ponto que não percebem a luz do Evangelho, onde resplandece a glória de Cristo, que é a imagem de Deus”. – 2Cor 4,4.

A função da luz (v. 14-15).

É interessante que Jesus convoca seus seguidores a ser aquilo que Ele mesmo é – “Eu sou a luz do mundo” – Jô 8,12. Aqueles que permanecem em Cristo, a verdadeira Luz. A luz de Jesus, brilhando neles, aparece em casa rosto, nas palavras, nas ações, e ilumina o mundo ao redor.

a)    A luz deve ser vista.

As casas na Palestina eram bastante escuras, com uma abertura pequena que servia de janela. A posse da luz de Cristo faz com que seus discípulos sejam visíveis, como uma “cidade edificada sobre um monte”, que pode ser claramente vista a quilômetros de distancia. Os Cristãos não podem se esconder e deixar de brilhar para Cristo.

Esse texto enfatiza que não pode haver discípulos secretos. A nossa fé deve ser vista na maneira pela qual tratamos o balconista na loja, a doméstica em casa, o porteiro no prédio, o empregado no serviço.

b)   A luz dissipa As trevas.

Paulo, ao escrever aos filipenses, enfatiza sua função – “... filhos de Deus íntegros no meio de uma sociedade depravada e maliciosa, onde brilhais como luzeiros no mundo,” Fl 2,15. O mundo não pode permanecer em trevas.

c)    A luz avisa do perigo.

Revela os perigos que nos cercam neste mundo tenebroso.

d)   A luz é um guia.

“Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para o meu caminho.” Sl 119,105. Pelo nosso testemunho brilhante, dirigimos muitos no cominho certo.

e)    A luz deve brilhar no MUNDO.

É bom observar que o lugar onde devemos brilhar para Jesus é o mundo, onde as trevas dominam

Jesus não disse “Vós sois a luz da igreja”, mas “vós sois a luz do mundo”

O resultado da luz (v. 16)

a)    Outros podem ver as nossas boas obras.

Jesus esclarece que as nossas boas obras são essa luz. Essa expressão abrange tudo o que o cristão faz e diz, demonstrando sua fé cristã. Em outras palavras, refere-se ao seu testemunho diário.

b)   Outros podem glorificar ao nosso Pai nos céus.

Nossas boas obras não devem chamar a atenção para nós, mas para Deus. “Quando os homens vêem tais obras, disse Jesus, glorificam a Deus, pois elas encarnam as boas novas do seu amor que nos proclamamos” (Stott).

CONCLUSÃO.

Não há duvida que Jesus esteja enfatizando que deve haver uma diferença fundamental entre o cristão e não cristão, entre a Igreja e o mundo. “Este tema é básico no Sermão da Montanha. O Sermão foi elaborado na pressuposição de que os cristãos são por naturezas diferentes, e convoca-nos a sermos diferentes na prática. Provavelmente, a maior de todas as tragédias da Igreja ao longo de sua história... tem sido a sua constancia de conformar-se à cultura prevalecente, em lugar de desenvolver uma contracultura cristã”.  Diz Stott.

Assim aprendemos que fomos colocados no mundo com este papel duplo: como sal, para interromper, ou pelo menos retardar este processo da corrupção moral e espiritual, e como a luz, para desfazer as trevas.

“Jesus chama os seus discípulos para exercerem uma influência dupla na comunidade secular: uma influencia negativa, e uma influencia positiva, de produzir a luz nas trevas. Pois impedir a propagação do mal, é uma coisa; e promover a propagação da verdade, da beleza e da bondade é outra”. Stott.